“Quincas Borba” é uma obra seminal de Machado de Assis, publicada pela primeira vez em 1891. O romance gira em torno de Rubião, um jovem que herda uma fortuna com a morte de Quincas Borba, um filósofo excêntrico que propõe a ideia do 'humanitismo', uma filosofia que explora o egoísmo humano sob uma lente irônica. Este enredo se desenrola com um estilo característico de Assis, misturando realismo e uma crítica mordaz à sociedade brasileira do século XIX. O autor utiliza uma prosa sofisticada e uma narrativa não linear que revela as contradições da condição humana, abordando temas como a ambição, a traição e a busca por identidade em um contexto social em transformação. Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira, nasceu em 1839 e teve uma vida marcada por grandes reviravoltas, desde a pobreza até se tornar o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Sua experiência como integrante da elite cultural e suas observações sobre as desigualdades sociais lhe proporcionaram uma perspectiva única que se reflete em “Quincas Borba”. A obra representa uma crítica à pretensão e à hipocrisia da burguesia, revelando nuances psicológicas que desafiam o leitor a refletir sobre seus próprios valores. Recomendo “Quincas Borba” não apenas pela riqueza de sua prosa e profundidade temática, mas também como um convite à reflexão sobre as complexidades da natureza humana. O engenho narrativo de Machado de Assis, aliado a seu olhar perspicaz sobre a sociedade, fazem deste livro uma leitura essencial para aqueles que desejam entender não apenas a literatura brasileira, mas também as intricadas relações sociais que moldam nossa sociedade.
